Reflexões a Beira do Lago Paranoá

Resolvi conhecer a orla e o Lago Sul
da nossa moderna capital.
Imensidão,
poucos barcos a vista.
Sentado em um banco de pedras, improvisado,
observo tudo e me deixo levar…
Não vejo o tempo passar…
Pessoas vão chegando,
riem, brincam, caminham pela orla.
Vidas que passam num desfile constante.
Por certo algumas carregam como eu
sorrisos, lágrimas, tristezas, certezas
decepções, alegrias e prazeres.
Tudo misturado num turbilhão imprevisível e indomável
que nos arrasta aos solavancos por esta existência afora.
Tomamos estradas diferentes. Nos ausentamos dos mais queridos.
Vamos passando pelo tempo.
aproximando-se, cada vez mais, de uma incógnita
que chegaremos de qualquer maneira.
Vivemos sem mesmo saber o porquê de estarmos aqui.
Sabemos apenas que temos uma missão e precisamos descobrir caminhos.
O mar, a areia, os bosques e jardins continuarão a embelezar o mundo.
Pessoas seguirão estradas diferentes, haverá obstáculos.
Umas irão desfilar na passarela da vida, em grandes palácios,
outras em casebres e viadutos,
contradições, insensatez e orgulho do homem.
Não estamos no Planeta Terra por acaso.
A noite chega, tenho que ir embora.
Olho os palácios dos três poderes do outro lado da margem.
As luzes da cidade começam a serem acesas
Lago, luzes, umas que se apagam, outras que se acendem
Apenas luzes, nada mais que luzes das noites e das altas madrugadas…

Poeta Casimiro Neto. Tempos de reflexão e de saudades.
Brasília/DF. Orla do Lago Sul.
24 de junho de 1971

plugins premium WordPress
error: Conteúdo Protegido!