Vamos poetizar nossos dias
Desde a minha infância, que não foi das melhores, tentei entender o que estava me acontecendo, com as pessoas que estavam a minha volta, com o mundo e com meus pais e meus irmãos. Era um dilema. Sózinho, em um hotel de Gastão Vidigal, cidadezinha do interior, para onde fui trabalhar com apenas 9 anos de idade, longe da família que se encontrava morando no sítio de meus avós, não tive o privilégio da discussão, das brincadeiras, da descoberta com amigos, das interrogações juvenis, e tantas coisas. Daí, talvez como refúgio passei a escrever o tempo, a chuva, as flores, a amada, a solidão, a incerteza do amanhã, a incompreensão das pessoas, o orgulho, a altivez dos covardes, a humildade dos poetas, e a certeza que um dia buscaria novos caminhos, novos horizontes e sem humilhar ninguém procurar sempre entender a todos e não usar desculpas para críticas ou rebeldias. Simplesmente, entender. Compreender e sempre, sempre perdoar. Não importa o quê, ou o porquê.
Te confesso que muitas vezes foi e é dificil, mas graças a Deus estou em paz comigo. Procuro entender o ponto de vista de cada um, tiro minhas modestas conclusões e com isso passo a não carregar a mala de incompreensões, de desgosto, de culpas, das outras pessoas. Sou alvo de críticas por isso. Tanto na família como no trabalho. Quem não é? Toda unanimidade é burra já dizia os grandes pensadores.
A vida é curta. Procuro vivê-la bem. Sem grandes pretensões. Sem disputas familiares, econômicas ou de grandeza. Procuro não medir o que eu tenho com o que outros têm. Apesar de dizerem, muitas vezes, o contrário. As pessoas gostam de propalar o que pensam o que você pensa. Procuro olhar sempre para o que há de melhor em todos nós e a partir daí construir um paradigma de minha própria evolução como animal racional. Aprendi muito com todos com os quais tive o privilégio de conviver. Sem mágoas. Sem rancores. Perdoando sempre e pedindo a Deus que na medida do possível as outras pessoas também me perdoem se mal lhes fiz. Não faço disso uma religião, uma utopia, nem quero seguidores, pois reconheço que tenho defeitos e procuro sempre amenizá-lo frente a proposta do outro amigo, colega ou conhecido. Uma coisa eu sei – tenho um defeito insanável. Gosto das coisas bem feitas, elaboradas, convincentes. Gosto do que é belo e mais ainda gosto de admirar isto. Na visão dos medíocres chama-se de “fulano pretensioso”.
Perdoe o desabafo caríssimos leitores, mas é somente para lhes dizer “viva a vida” com muita paz, amor, prosperidade, alegria, abraços, fraternidade, perdão. Analisem os acontecimentos, deixem passar um tempo e só depois procurem tirar conclusões. Não se precipitem!
Reflexões em um momento de crise no tratamento de minha saúde
e de dificuldades no trabalho para levar minhas idéias adiante.
Mas tenho certeza que o amanhã será bem melhor.
Deus me mostra isso todos os dias.
Tenho fé e muito amor com nosso Criador!
Os melhores dias de minha vida. Casimiro Neto.
Câmara dos Deputados/Chácara 135/Brasília/DF. 22/10/2001