Uma história de amor e dedicação
Ao recomeçar, eu desejava alguém que compartilhasse de minhas alegrias, tristezas e dúvidas. Alguém em que eu pudesse confiar e que me aceitasse como sou. E perguntava: _ Será que ela existe? Quem será? Onde estará? O que fazer para encontrá-la? Por qual trilha a caminhar? Algum tempo se passou… Desencontros e interrogações tantas. E sem ao menos esperar a encontrei. Por outro caminho, tão inesperado. E vi que realmente existe uma pessoa certa para cada um de nós, aqui ou em outra dimensão. Uma alma gêmea, se eu poderia dizer assim.
Um pequeno refúgio, nosso canto primeiro, cama pelo chão, estantes para meus livros com tijolos puros, tábuas e portas servindo como mesa, muitos sonhos e dois corações enormes para receber tantos amigos que foram aparecendo em nossas vidas ao mesmo tempo em que começamos a construir nossa casa, nosso lar.
Essa mulher nunca foi uma psicóloga ou terapeuta e não tem nenhum curso superior, mas como entende o nosso tempo! Sabe olhar e conhece muito das imperfeições humanas. Não se intromete em meu trabalho, nunca me dá nem pede conselhos, mas enche minha vida com ollhar e sua presença silenciosa.
Antecipa-se aos meus desejos, adivinha meus estados de espírito, ouve meus desabafos e sempre encontra a palavra certa para esse momentos de incertezas.
Quando saio ou volto do trabalho tem sempre um abraço gostoso, um cafezinho, um jantar ou almoço quentinhos na mesa, um cumprimento prazeroso e um sorriso confiante, de segurança e de sua sabedoria de mulher. Sabe que só existe ela em minha vida e nunca foi preciso discutir esses detalhes de tão pouca importância. Tornou-se irrelevante.
À noite, enquanto mexo em meus papéis e inspirado faço minhas poesias ela se senta ao meu lado, fazendo tricô, olhando carinhosa para nossos filhos que brincam alegres pela nossa casa ainda pequena e aconchegante, sem nada dizer. Os nossos olhares se cruzam, demorados, cheios de amor e ternura. No silêncio, o barulho das agulhas tecendo seu lindo tapete é o melhor tranquilizante que conheço, quebra a tensão e me dá um sentimento de paz e infinita segurança que eu tanto precisava depois de um dia de muito trabalho de pesquisas para os mais diversos segmentos da sociedade e para redação de textos do livro sobre a História do Parlamento brasileiro. Inspirado por tanta paz, escrevi poesias sobre nosso tempo. Sem essa mulher eu estaria perdido.
Ela é a minha aventura. Meu horizonte a ser alcançado. Meu barco. Meu gostoso navegar. E mais que tudo: é o meu farol, meu porto seguro. Com ela e por ela sinto-me capaz de vencer qualquer obstáculo, qualquer tempestade, pois faço parte do seu mundo e de sua intimidade e ela das minhas poesias. É realmente minha mulher e uma mãe maravilhosa. Por tudo que recebo nada posso pedir. Só posso agradecer a Deus pelo presente recebido.
Assim, confessamos a todos que estamos juntos desde o dia dois de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e três, quando corajososa aceitou meu convite e veio começar uma nova vida ao meu lado em Brasília/DF. Nesse dia, eu estava esperando por ela na Rodoferroviária do Plano Piloto. Desceu de um ônibus que a trouxe de tão longe e nos abraçamos confiantes no futuro. Havia tanta coisa a ser construída. Tivemos três filhos (Marianna, Lucas e Felipe – ela ganhou mais três Sergio, Izabela e Casimiro Júnior), um milhão de amigos e nos casamos no dia vinte e nove de julho do ano dois mil do Nosso Senhor Jesus Cristo, às dezenove horas e quarenta e cinco minutos, no Centro Comunitário da cidade de Turiúba/São Paulo. Os motivos: Tínhamos e temos de sobra muito amor, carinho e alegria. E você amigo é a testemunha desta história.
Poeta Casimiro Neto. Para Liliam com amor e carinho
Casa do Poeta/Paraíso Encantado/Turiúba, Buritama/SP, Brasília/DF.
(1991-2000-2025)